Cetoacidose Diabética: Você sabe o que é e como evitar?
Atenção: este texto não tem o objetivo de assustar a população. É preciso informar para evitar complicações maiores.

A Cetoacidose Diabética é uma condição já bem conhecida e que se não tratada da maneira correta pode levar a óbito. Mas calma, não se assuste, a tecnologia e a medicina avançaram e, hoje, é possível tomar medidas para prevenir essa complicação. Saber do que se trata, os sintomas e as causas é o primeiro passo! Vou tentar explicar de forma bem simples. Vamos lá!
O que é Cetoacidose Diabética?
Cetoacidose Diabética é uma complicação aguda grave que só acontece em pessoas que tem diabetes, já que está diretamente relacionada com a ação da insulina no sangue.
O que acontece é que quando falta insulina, o corpo não consegue usar a glicose circulante no sangue como fonte de energia e as células começam a buscar outras formas de se manterem ativas. Essa energia que necessitam, muitas vezes, é encontrada nos estoques de gordura que o fígado produz e é nesse momento que começa o problema. Essa gordura que o fígado produz gera os corpos cetônicos, que podem levar o indivíduo a uma grave cetoacidose diabética.
Mas, o que são corpos cetônicos? São substâncias que deixam o sangue ácido, ou seja, com o pH mais baixo do que o normal, desequilibrado. Essa acidez é extremamente desfavorável para o organismo, porque a maioria das reações químicas que acontecem a cada segundo em nossas células depende de uma faixa muito estreita de pH.
Em resumo, funciona mais ou menos assim:
Falta insulina -> o corpo não consegue usar a glicose circulante no sangue como fonte de energia e busca alternativas -> encontra energia nos estoques de gordura que o fígado produz -> a gordura que o fígado produz gera os corpos cetônicos -> pH do sangue fica ácido e desequilibrado -> Cetoacidose Diabética
As causas da Cetoacidose Diabética
A Cetoacidose Diabética tem algumas possíveis causas, são elas:
- Desconhecimento de que a pessoa é portadora de diabetes e conseqüentemente, a falta de tratamento;
- Aplicação de dose de insulina menor do que seria necessário;
- Consumo de energia do corpo temporariamente aumentado exigindo doses maiores de insulina. Esse consumo de energia pode se elevar em virtude de infecções, traumas, acidentes vasculares e uso de certos medicamentos, por exemplo.
Os sintomas da Cetoacidose Diabética
Agora que você já sabe do que se trata, fique atento aos sintomas da Cetoacidose Diabética e, quando identificá-los, procure o mais rápido possível ajuda médica. Os sintomas são:
1) Glicemia muito alta, acima de 250 mg/dL;
2) Vontade de urinar também constante;
3) Fadiga intensa, às vezes sem motivo aparente;
4) Sede intensa e boca seca além do normal para uma simples hiperglicemia;
5) Pele seca;
6) Dor abdominal, enjôo e vômito;
7) Confusão mental;
8) Respiração rápida e superficial;
9) Hálito com odor de acetona;
10) Altos níveis de corpos cetônicos na urina.
O tratamento da Cetoacidose Diabética
Se você foi ao médico e foi confirmado, através de avaliação química, exames laboratoriais de sangue e urina, que o seu quadro é de Cetoacidose Diabética, chegou a hora de tratá-la. O tratamento deve ser feito no hospital e inclui a administração de insulina, hidratação endovenosa, correção das alterações dos íons no sangue (principalmente de fosfato, sódio e potássio) e acompanhamento dos níveis de consciência.
Prevenção – Informação é a base de tudo
A melhor forma de prevenir a cetoacidose diabética é, em primeiro lugar, saber do que se trata, se informar. Informação é tudo!
Se cuide, faça a aplicação correta das injeções de insulina, realize as medidas de glicemia capilar com o glicosímetro, tenha acompanhamento médico regular e claro, não se esqueça de ter uma alimentação balanceada e equilibrada, evitando alimentos com alto teor de açúcar.
Níveis de Cetona. Quando devo medir?
Lembre-se que a recomendação médica para se medir cetona é quando a glicemia capilar (o teste de ponta de dedo feito no glicosímetro) estiver acima de 250 mg/dL. Sendo assim se o nível de cetonas estiver:
Abaixo de 0.6 mmol/L
O que fazer? Leituras abaixo de 0.6 mmol/l estão num intervalo normal. Siga as indicações do seu profissional de saúde antes de fazer qualquer alteração na sua medicação.
Entre 0.6 e 1.5 mmol/L
O que fazer? Leituras dentro deste intervalo, com um nível de glicose no sangue superior a 250 mg/dl, podem indicar o início de um problema. Entre em contato com seu profissional de saúde.
Mais de 1.5 mmol/L
O que fazer? Leituras acima de 1.5 mmol/l, com um nível de glicose no sangue superior a 300 mg/dl, sugerem que a pessoa pode estar em risco de desenvolver cetoacidose diabética. Entre em contato com seu profissional de saúde.
A cetoacidose euglicêmica
Talvez você não saiba, mas também é possível estar com cetoacidose diabética mesmo com a glicemia abaixo de 200mg/dL. Estamos falando da cetoacidose euglicêmica, em que a glicemia está aparentemente normal ou apenas um pouco elevada, mas o paciente já está com quadro de cetoacidose.
Tem sido feito diversos estudos sobre a cetoacidose euglicêmica e, muitos deles, indicam que o uso de medicamento, como forxiga e o jardiance, que aumentam a excreção de glicose pela urina são os principais causadores da condição.
E como prevenir? Mais uma vez é importante estar atento aos sintomas da cetoacidose e realizar a medição de cetona sempre que a glicemia capilar estiver acima de 250 mg/dL.
Não se esqueça que ter um medidor de cetona em casa é essencial, ok?!
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