Transplante de pâncreas: como funciona e pra quem é indicado?
O transplante de pâncreas é indicado somente em casos específicos de diabetes tipo 1. Saiba mais!
O transplante de pâncreas existe, mas é necessário bastante atenção quando se fala sobre o assunto. Esse tipo de transplante é indicado para pessoas com diabetes tipo 1 que não conseguem ter o controle da glicemia com insulina ou que já apresentaram alguma complicação grave, como insuficiência renal, por exemplo. Como se trata de um procedimento delicado e que pode ocasionar em diversas complicações, como infecções, rejeição do novo pâncreas e risco à vida do paciente, o transplante é realmente indicado somente em último caso no tratamento da condição.
Antes de tudo, vamos falar sobre o pâncreas
O pâncreas é um órgão do corpo humano que pesa 100 gramas, mede cerca de 15cm em um adulto e, em condições normais, situa-se na porção superior do abdômen. Esse órgão, que entre outras funções é responsável pela produção de insulina, que regula os níveis de glicose no sangue. Pessoas com diabetes tipo 1 não conseguem produzir insulina suficiente, sendo necessário, portanto, aplicações diárias do hormônio.
Para quem o transplante de pâncreas é indicado?
Como já falamos anteriormente, o transplante de pâncreas é indicado em último caso no tratamento de diabetes tipo 1, podendo ser feito de três maneiras distintas:
Transplante simultâneo de pâncreas e rim: Neste caso, o transplante de pâncreas acontece simultaneamente ao de rim e é indicado para indivíduos com diabetes tipo 1 com insuficiência real crônica grave, em diálise ou fase pré-diálise;
Transplante de pâncreas após transplante de rim: Indicado para indivíduos com diabetes tipo 1 que já fizeram transplante renal e que possuem bom funcionamento do rim atual, a fim de evitar novas complicações, como neuropatia ou problemas renais;
Transplante isolado de pâncreas: Indicado para casos muito específicos de diabetes tipos 1 por orientação do endocrinologista. É um transplante que pode apresentar diversos riscos e complicações, como retinopatia, neuropatia, doença renal crises de hipoglicemia ou cetoacidose, entre outros.
O transplante de pâncreas e a recuperação
Para a realização do transplante de pâncreas, após a indicação do endocrinologista, é necessário, no Brasil, entrar em uma fila de espera, que pode durar de 2 a 3 anos. A cirurgia consiste na remoção do pâncreas do doador, após morte cerebral, e implante na pessoa com a necessidade. Além disso, é importante citar que não acontece a remoção do pâncreas deficiente, já que o novo é implantado próximo a bexiga.
Após cirurgia é necessário ficar internado 1 ou 2 dias na UTI, além de:
- Permanecer hospitalizado por cerca de 10 dias para avaliação médica do organismo e para evitar possíveis complicações;
- Fazer exames clínicos e de sangue semanalmente e conforme for se recuperando, o intervalo vai aumentando;
- Tomar analgésicos e outros medicamentos que sejam indicados pelos médicos;
- Tomar medicamentos imunossupressores indicados pelos médicos com o intuito de evitar que o organismo rejeite o novo órgão.
Em 1 ou 2 meses, a pessoa transplantada poderá ir voltando, aos poucos, à vida normal. Porém, vale lembrar que é necessário manter hábitos de vida saudáveis, como alimentação balanceada e atividades físicas regulares para que o pâncreas transplantado funcione bem e também para evitar doenças e até mesmo um novo diabetes.
Transplante não é cura!
O transplante de pâncreas não é uma cura, já que o diabetes tipo 1 é uma doença autoimune que afeta o pâncreas, sendo possível que, mesmo com o transplante, o órgão volte a parar de produzir insulina. Por este motivo e também pelas complicações, riscos e o pós-cirúrgico o assunto precisa cada vez mais ser desmitificado, para que não parece algo simples e que pode ser feito por qualquer paciente com diabetes tipo 1.
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Fontes:
http://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/doacao-de-orgaos/pancreas
https://profluizcarneiro.com.br/o-transplante-de-pancreas-cura-o-diabetes/
https://www.tuasaude.com/transplante-de-pancreas/